sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CAMA SURTA, 1ª EDIÇÃO


Projeto saído da mente conturbada de:
Ivan Silva
Diego El Khouri
Jorginho A. Rocha

Ser um grande homem e um santo para si mesmo, eis a única coisa importante.
Charles Baudelaire

Apresento-vos uma sala lúgubre, algumas taças e livros esparsos sobre a mesa. O ímpeto necessário de ligar-se a vida, a existência sem limites. Somos deuses em posição de cópula. Tântalos na busca insaciável. Arcanjos com metralhadoras até os dentes, profetas sábios malditos de todas as ordens.

Passou a primeira edição do Zine Vertigem. Algo mudou. Foi uma experiência boa e conturbada. Alguns acidentes, algumas decepções, mas pelo menos apenas no campo artístico. Nossos corações estão mais brandos e nossa marginalidade (hoje) apenas artística. Alguns morreram, outros enlouqueceram, foram presos ou se entregaram a religiões sectárias. Outros membros do zine Vertigem seguiram em seus projetos. Boa sorte para eles. Somos (todos boêmios), crianças numa escola simbolista, neo platônica, surrealista, contracultural. De Rimbaud a Baudelaire, Edgar Allan Poe, Nietzche, Platão, Gregório de Matos, William Burroughs, Lawrence Ferlinghetti, Schopenhauer, Cruz e Sousa, Lord Byron, Shelley, Bocage, Marquês de Sade, Augusto dos Anjos, Mario Quintana, Maiakovski, Emily Dickinson, Dante Alighiere, Shakespeare, Kafka, Sousândrade, William Blake...

Seguindo no rasto da visão lúdica de Oscar Wilde também acreditamos que "a desobediência é a virtude original do homem". Não direi mais nada. Apenas que esse fanzine libertário-filosófico-desimportante atingiu uma carga mais profunda, como um mergulho transcendental nas palavras, no abismo das idéias. Espero que o ler nosso zine, caro leitor, se emocione, sinta raiva, nojo, tesão ou apenas alienação. Nosso intuito é fazer vibrar vossa alma e abraçar o ócio desesperadamente, não eliminando-o mas sim valorizando-o.
(Diego El Khouri)

MANDALA

Deuses em seus próprios corpos
Novas flores se abrem esquecendo a Morte
Olhos celestiais acima do desconsoloda ilusão
Eu vejo o alegre Criador
Faixas se elevam em um hino aos mundos
Bandeiras e estandartes tremulando na transcendência
Uma imagem permanece no final como miríades de olhos
na eternidade
Está é a obra! Este é o saber! Este é o fim dos tempos!
Allen Ginsberg